quinta-feira, 28 de outubro de 2010

sonhar, acreditar, ser.

Lembro da ultima vez que eu fui pra praia, no primeiro dia que fui na beira da praia, tinha um surfista, que era fotografo, ele pego a câmera dele, e foi pra beira do mar pra tirar fotos dos amigos dele. Eu olhava e me imaginava no lugar dele... No segundo dia, tava andando de prancha na areia, e em cima das dunas, tinha um fotografo, tirando foto da praia. Tudo o que eu queria era poder ta ali, do lado dele, aprende mais e mais, e tendo o mesmo conhecimento que ele tinha... Ano que vem a minha mãe vai me dá minha maquina profissional, e eu vo começa a faze um curso, eu queria começa já esse ano, mais não adianta nada faze o curso e não ter uma camera boa. No outro dia, me sentei lá em cima das dunas, e comecei a olhar o mar, sei que mesmo não querendo me prendi num pensamento que ia muito alem de fotos, ia alem de amar fotografias, ia alem de ver uma coisa linda.. Quando me dei por conta tava em pensamentos totalmente diferentes, mais isso não vem ao caso. Eu só queria mostra um pouco do amor  por fotografias que eu tenho, acho muito lindo essa profissão, e o meu sonho é ser fotografa, não só por hobbie, mais também ser profissionalmente uma fotografa, como um amigo meu me falo.. a guria mais feliz do mundo, com a profissão mais perfeita do mundo, ia ser perfeito, e vai ser. Tava conversando com um conhecido meu esses dias, e ele me falo que tava numa escola militar, porque o sonho dele era ser piloto de avião, e ele dança muito bem, eu perguntei pra ele porque ele nao ia se dançarino, ia se bem mais facil, e ele me falo que NÃO IMPORTAVA SE ERA DIFICIL OU NÃO, MAIS O SONHO DELE ERA SE AQUILO, E PRAQUILO ACONTECE ELE IA FAZE DE TUDO. E eu me espelho nele, e penso o mesmo, eu quero, e eu vou ser fotografa, vou viajar pro mundo todo, tirar fotos de paisagens diferentes, culturas diferentes, rostos diferentes, raças diferentes, e assim.. por cada passagem, saber um pouco mais, sobre a diversidade desse mundo!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

amor?

Eu quero tentar viver a minha vida cada vez mais feliz, se bem que nos dias de hoje nao é tão facil.. o mundo mudou, as pessoas mudaram, minhas atitudes e sentimentos também! mais o que importa é que minha felicidade nunca vai mudar. E não quero ter que depender de outra pessoa para ser feliz.. como diz o ditado PARA SER, BASTA QUERER, e eu quero, e eu vou... mas como ninguém tem coração de pedra, eu quero amar.. talves nao agora, porque nos últimos dias... meu coração só me machuca, talvez quando eu tiver maturidade pra amar, e consciência do que é realmente o amor, eu seja mais feliz do que eu já sou, e pode ser até que eu ame quem já me amou, e que eu não pude retribuir esse sentimento. Acho até que não poder retribuir um sentimento é pior do que pra pessoa que sente. Isso é o que eu penso.. não tenho certeza do amor, mais da felicidade eu tenho. E eu sou feliz por mim, pelos meus amigos, pela minha família e pelos meus ''amores''.

I was loneliness

As vezes, pode ter mil pessoas do meu lado, pode ter vários amigos, podem estar jogando o meu jogo favorito, podem estar comendo minha comida favorita, podem estar escutando minha musica favorita e podem até estar tirando fotos.. mais aquela sensação de vazio vem a tona, enche meu coração e minha cabeça, me enche de tristeza, eu tento fugi, tento luta contra, pra afasta pra bem longe, mais aquilo é maior do que eu, e bem mais forte. Aquela solidão, me mata, me sufoca, me agonia, me prejudica e me maltrata. As vezes ter sentimentos não é nada bom, ser sentimental então.. nem se fala!! O coração bate, nos mantém vivos, mais muitas vezes mesmo nos mantendo vivos, nos da uma sensação de morte. Sempre conhecemos mais pessoas, criamos novas amizades, continuamos a nossa história e damos abertura para novas paixões. Tento as vezes me manter feliz seja qual for o momento, tento sempre manter a minha auto-estima lá em cima, tento não pensar nas coisas que me fazem mal, tento prestar mais atenção nas pessoas que me dão realmente valor, tento cultivar somente as amizades que eu sinto ser verdadeira, e que me tem respeito. Mais mesmo com tudo isso... agente procura lá no fundo, alguma coisa que nos destrói, alguma coisinha, pode ser a mais pequena possível, já é motivos pra nos tirar a concentração dos momentos felizes, e começamos a pensar somente como seria se aquela coisa acontecesse, CHEGA... a vida que temos é a vida que temos, CHEGA de buscar o vazio, CHEGA de procurar a infelicidade, CHEGA de se maltratar, daqui pra frente vou tentar buscar lá do fundo forçar pra derrotar o vazio e a solidão. Essas duas eu não conheço mais!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

e o final...

Tenho uma conhecida que fico muito tempo com um menino, muito tempo mesmo.. e eles sempre que tavam juntos eram muito felizes, mais o final do namoro, foi horrivel.. quando perguntam dele pra ela, ela fala coisas horriveis, e diz q nao gosta nem de lembrar.. e as pessoas perguntam, PORQUE NAO DEU CERTO? como nao deu certo se eles ficaram tempos e tempos juntos (?), e eram felizes, claro que deu certo. Porque que a memoria que sempre fica nas pessoas é o final (?), e as coisas que aconteceu quando se amavam, nao conta depois do termino? parece que as coisas nem valeram a pena.. isso é errado, nao quero se pecimista nem nada, mais entao no final da vida, tu vai se um infeliz e vai dizer que nada valeu a pena, e qe nao gosta nem de lembra da vida, porque querendo ou nao todos nós vamos morrer, e  isso é um final.

domingo, 24 de outubro de 2010

false or true

eu pergunto diz q é mentira, dai chega um monte de gente, e me chama de burra por acredita.. pessoas que nao teriam motivos NENHUM pra me mentir me falam, e eu acredito é obvio, dai ele me diz que é mentira, e que fica com raiva de mim porque eu acredito em todo mundo! aa, depois de muitas muitas mentiras, nao sei como acredita mais nisso, nao sei mesmo. mentiras pra cá, mentiras pra lá, logo cmg que ODEIO mentira, tenho horror a mentira e à gente mentirosa. Mais é isso aí, se as coisas nao mudarem nao vai ter como nascer uma história, PRA EXISTIR HISTÓRIA, TEM QUE EXISTIR VERDADE ♪, ;sss

sábado, 23 de outubro de 2010

Amanda Soares

se eu falo que tenho amizades verdadeiras é porque eu olho pra ti. Se eu falo que amo as minhas amigas é porque eu olho pra ti, e se eu falo que tenho amigas que são exemplo pra mim, é porque eu olho pra ti. Eu gosto tanto de se tua amiga, que nem sei o que seria da minha vida sem ti. Tu me ajuda, me aconselha, me chinga, me irrita, me abraça, me beija.. e com tudo isso tu fez eu me apaixonar por ti, uma guria tao chata, mais tao legal. Juro... eu nao conheço uma pessoa tao feliz que nem tu, e isso pra mim é um exemplo, porque nos ultimos tempos eu vejo muito a felicidade em mim, e nos outros, e isso é o que mais importa na vida, SE NAO FOR PRA SE FELIZ, É MELHOR LARGA. eu vejo a sinceridade no teu olhar, e eu sei que tu é uma pessoa linda, nao so por fora mais também por dentro... porque a priimeira pessoa que eu vejo ajudando os outros SEMPRE, é tu. Sempre com disposição de ajuda seja quem for. Apesar de te um grupinho meio fechado.. tu é MTT unida. e eu gosto mt disso em ti... nunca deixa ngm de lado, e tenta sempre o melhor pra todo mundo, e é por isso que hoje, eu digo e repito mil vezes, tu é uma das minhas melhores amigas, nao so por chora do meu lado, mais por fazer cada dia, o dia mais feliz da minha vida! Por me fazer chorar, mais nao de tristeza, e sim de alegria, por ver que tudo na vida pode te seu lado bom, até porque A VIDA É UMA RODA GIGANTE, UMA HORA TU TA EM CIMA, E OUTRA TU TA EMBAIXO, obrigada por todos os momentos juntas, obrigada por todos os conselhos, obrigada por todas as risadas, obrigada por chorar cmg, obrigada por simplismente ser quem tu é, e o principal, OBRIGADA POR SER MINHA AMIGA! so nos duas sabemos de todos os momentos que ja passamos juntas, apresentações, teatros, SHOWS *-*, brigas, tristeza, alegria, fim de namoro, começo de uma nova era.. isso tudo eu pude viive do teu lado, e espero que eu possa vive muito mais! te amo demais vaca leitera UIDHSIUFHSUIDHFS s2

amigos amigos amigos s2

Amizade é uma coisa importante na vida de casa um de nós, não seriamos nada sem nossas familias, é claro! mais e sem amigos? seriamos NADA também! eu falo isso.. porque sei que tenho um monte de amigos de verdade, e sei que posso conta com cada um dele, e cada um deles é que fazem a minha felicidade. As vezes os nossos amigos nos trazem mais felicidade até do que nossos pais.. porque com os nossos pais, agente briga, descuti, e desrespeita. Tem amigos que eu nunca briguei, e sei que nunca vo briga.. porque a amizade deles é tão importante, que eu faço de tudo pra nao perde, até mesmo passa por cima do meu orgulho, qi é GRAAAAAAANDE! é isso, eu amo cada um de vocês, e eu AMO mesmo.

lembranças


Era dia 7 de outubro, Ana se lembrava bem. Como em todos os outros dias, ela se levantou, entrou embaixo do chuveiro, lavou seus cabelos, colocou uma roupa, comeu algo e foi pra escola. Quando a garota chegou em casa, abriu seu MSN. Um convite novo. ‘Aceite’, pensou ela. Foi por sua intuição, sempre ia. Era um garoto, chamado Bruno. Os dois começaram a conversar. Com o tempo descobriram que gostavam das mesmas bandas, das mesmas comidas, do mesmo tudo.Tinha quase tudo em comum, exceto uma coisa: a cidade. O garoto morava em Londres. A garota, em Bolton, uma pequena cidade ao sul da Inglaterra.Eles começaram a conversar mais e mais. Cada dia mais, cada vez mais. A mãe de Ana achou que estava viciada em internet, o que realmente estava. Ela estava certa, Ana não podia contrariá-la. A garota era apenas muito preocupada com seu futuro, não deixava de fazer lições de casa para entrar no computador. Mas assim que acabava, ligava logo o aparelho.Era também o caso de Bruno. O garoto sempre que chegava da escola deixava o computador ligado, com o Messenger aberto. Desligava a tela do computador, e fazia a lição. Sempre tinha pouca, então ficava esperando Ana, até 6 da tarde, que era quando a garota entrava, mais ou menos.Os dois começaram a conversar aos 17 anos, e foi assim. No começo dos 18 anos, aconteceu a coisa mais esperada pras amigas de Ana (sim, porque as amigas sabiam de tudo, e esperavam há cerca de 9 meses algo acontecer): Bruno a pediu em namoro.E foi assim, se conheceram por um computador, namoravam por um computador. O que os dois tinham era maravilhoso. Uma coisa que as amigas de Ana jamais haviam experimentado, ou ouvido falar. Nem mesmo na ‘vida real’. Eles confiavam um no outro mais que qualquer casal que todas as amigas de Ana já tinham visto, ou ouvido falar. Isso requer, realmente, muita confiança. E eles se amavam. Quando as amigas de Ana passavam o dia na casa da garota, elas viam a conversa. Elas conseguiam sentir o amor.


Eles estavam completa e irrevogavelmente apaixonados. Não havia nada que mudaria aquilo. O tempo passou, os dois ficavam mais apaixonados a cada dia (o que ia totalmente contra as idéias de Marcela, amiga de Ana. A garota pensava que a cada dia que se passasse, a tendência era o amor se esvair. Eles provaram que estava errada). Todo dia de manhã, na hora da aula dos dois, Bruno ligava para a garota. A acordava, para começarem o dia com a voz um do outro. Um dia o garoto apareceu com a boa notícia: ele conseguiria ir para Bolton. Passaria um dia lá, pois viajaria.

Eles se encontraram à noite, em frente à ex-escola de Ana. Ela conversou com o garoto. Ana não quis beijá-lo.

- Vou ficar dependente de você. Sei que você é uma droga pra mim, é viciante. Então se eu te beijar hoje, não vou conseguir ficar mais um minuto longe de você. A gente vai se reencontrar. E ai, vamos ficar juntos pra sempre.Ela disse e o abraçou. Com mais força do que já abraçou outra pessoa. E o garoto se contentou em encostá-la. Ele sabia que o que Ana estava falando era verdade. Eles IRIAM se encontrar. E IRIAM passar o resto da vida juntos. Ele tinha certeza que ela era o amor da vida dele. Bom, agora a ‘maldita inclusão digital’ se transformou na melhor maldita inclusão digital.

O tempo passou rápido quando eles estavam juntos. Se divertiram muito, e Bruno gostou da simpática cidade da sua namorada. Ele foi embora no dia seguinte, cedo demais para conseguirem se despedir.

O tempo passou, e o amor dos dois só ia aumentando. Passaram-se 6 meses desde que Ana tinha conhecido seu namorado pessoalmente, e Marcela ainda não entendia por que eles não tinham se beijado.

- Any, você já parou pra pensar que pode ter sido uma chance única?! Você foi idiota, você sabe disso, né? – A garota dizia, sempre culpando Ana.Mas ela sabia o que era melhor pra ela. Já tinha cansado de explicar para Marcela. Não explicaria mais uma vez. Haviam 9 meses que os dois namoravam, e um ano que se conheciam.

Eles se amavam muito, mais que qualquer pessoa que as amigas e amigos do casal já tinha visto. Um dia, Bruno apareceu com a notícia: ele conseguiu uma bolsa em uma faculdade em Bolton, e se mudaria para a cidade tão desejada.

Ana se chocou com isso. Por semanas se perguntou se sacrificaria o tanto que o garoto iria sacrificar por ele. Mas ela não era a maior fã de pensamento. Isso a fez mal.

- Any, deixa de ser besta. Você o ama, até eu posso perceber isso! E você sabe, eu não sou a pessoa mais esperta do mundo. – Marcela disse, encorajando a amiga.

- Eu sei, Marcela, mas... Ele tá desistindo da vida toda dele em LONDRES pra vir pra BOLTON! Por mim! – Ana disse – E pela bolsa que ele ganhou na faculdade, mas é mais por mim, ele me disse.

- Ana, presta atenção. – Ana olhou pra amiga. – Você não sabe quantas meninas invejam você. Não sabem mesmo. Eu, por exemplo, te invejo demais. Daria qualquer coisa pra ter um namorado como o seu. Vocês confiam tanto um no outro, e se amam tanto. Eu tenho até nojo de ficar no quarto com você quando você ta conversando com ele. É um amor que se espalha no ar, que nossa senhora! Eu consigo sentir os coraçõezinhos explodindo pelo quarto. Ai fica tudo rosa, e você fica com uma cara de sonho realizado pro computador! Any, pára de subestimar o que você tem. Deixa de ser idiota.

- Você é um amor, sabia? Marcela, não sei. Não dá. Eu não desistiria de tanto por ele, e eu acho injusto ele desistir de tanto por mim.

Marcela bufou. Porque a amiga tinha que ser tão burra?

Meses se passaram, o tempo passava rápido. Ana não terminaria o namoro por messenger, frio demais. Ela esperaria o namorado chegar.

A garota tentava adiar o máximo possível, por mais que quisesse ver o garoto de novo. Ele tinha um cabelo lindo, e olhos mais ainda. Ana conseguiria ser invejada por todas as garotas da cidade se fosse vista com ele. Mas ela não queria inveja. Queria seguir o seu coração.

Quanto mais Ana queria adiar a situação, mais as horas corriam, e com elas os dias, as semanas, as quinzenas, os meses. O ano.

Chegou o dia; Ana esperou o seu futuro-ex-namorado onde se encontraram meses atrás.

Ela negou o beijo mais uma vez. O namorado ficou sem entender, mas aceitou.

- Olha, eu tenho que conversar com você.- Diga. – Bruno sorriu.

- Quando você me disse ‘Vou me mudar pra Bolton’, eu fiquei feliz. Mais feliz que já fiquei há muito tempo. Mas depois eu comecei a pensar se faria o que você ta fazendo por mim. Você desistiu de toda sua vida em Londres, Bruno.

- Eu sei. Pelo melhor motivo na face da Terra.

- Não, não é. Eu sinto que eu não to sendo justa com você. E sem ser justa com você, eu não sou justa comigo. Eu não sei se eu faria o que você fez. Eu acho que não. Eu sou egoísta demais, eu não sei. Não quero mais ser injusta com ninguém, não quero dormir pensando isso. Há meses eu penso nisso, e fico com peso na consciência. E, de verdade, eu não sei se seu amor é o suficiente pra mim. – A garota disse e virou as costas. Foi andando para a sua casa. E ao contrario de momentos tristes clichês (n/a: eu odeio clichês), não estava chovendo. O céu estava azul, o sol brilhava, como raramente acontecia em Bolton. Mas o que estava dentro de Bruno (e de Ana) não era assim tão brilhante.

Para Ana chegar em casa, tinha de passar pela frente da casa de Marcela – era esse o motivo de um sempre estar na casa da outra; elas moravam lado a lado. A garota passou correndo, chorando, enquanto Marcela estava na janela. Marcela saiu correndo de casa – ignorando completamente o estado critico em que se encontrava: blusa dos ursinhos carinhosos, cabelo preso em um rabo-de-cavalo mal ajeitado, short curto de florzinhas e pantufas do tigrão – indo logo para a casa da amiga. Ela bateu a campainha, e a mãe da amiga atendeu. Disse que podia subir as escadas, Ana estava em seu quarto.

Marcela subiu correndo, tropeçou, quase caiu 3 vezes – ‘Malditas escadas enormes’, pensava – mas chegou ao quarto em segurança (lê-se sem sangue escorrendo pela cara).

- Any! O que foi, amor? – A garota encontrou a amiga deitada, chorando em sua cama.

- O Bruno! – Ana não conseguia falar direito. Por essa mini-frase Marcela tinha entendido. Não tinha mais Ana e Bruno pra sempre e sempre e sempre e sempre. Agora era Ana.

A garota aprendeu a viver com a dor. Passaram-se 5 anos, Bruno estava formado em direito, era um advogado de sucesso, ainda morando em Bolton – nunca largaria a cidade que abrigava seu, ainda, maior amor. Ana era uma fotógrafa de sucesso, ganhava a vida fotografando famosos de todo mundo – mas não saíra de Bolton também, amava a cidade com todas e cada fibra de seu ser.

Bruno era melhor amigo de Ana, Ana era melhor amiga de Bruno. Ana tinha um noivo, um executivo de sucesso, que vivia de Londres pra Bolton, de Bolton pra Londres. Já Bruno sabia: por mais que tentasse achar alguém igual à Ana, não conseguiria. Só ela seria o amor da sua vida, que ele amava excepcionalmente. Nunca iria mudar.

Ana iria passar algum tempo fora da cidade, iria para a capital, fotografar uma banda inglesa. Iria dirigindo à Londres – depois de tanto custo para tirar a carteira de motorista, agora queria mostrar ao mundo que tinha um carro e sabia guia-lo.

Um carro. Dia chuvoso. Pista dupla. Um caminhão. Visão confundida. Bebida em excesso. No que isso poderia resultar? Não em uma coisa muito boa, com certeza. O caminhão bateu de frente com o carro de Ana. Ela não estava muito longe de Bolton, portanto ela foi levada para um hospital na cidade. O seu noivo, por sorte, estava em Bolton. Foi avisado, depois os pais, Marcela. E por ultimo, Bruno.

Ele se apressou em chegar ao hospital que Ana estava internada. Ele chegou antes mesmo de Felipe, noivo da garota. Bruno andou por corredores com luzes fluorescentes fracas, brancas, o que aumentava a aflição dele.

Como estaria Ana? A SUA Ana? Ele nunca imaginou nada de mal acontecendo à SUA Ana. Ela sempre seria dele, amiga ou namorada. Seria dele.

Achou o quarto em questão, 842. Abriu a porta com cautela, e viu a imagem mais horrível que jamais poderia ter imaginado: Ana, sua Ana, deitada em uma cama de hospital, com ferimentos por todo o rosto e braços – as únicas partes de seu corpo que estavam aparentes. Ele chorou. Não queria ver a pessoa que ele mais amava em todo o universo daquele estado. ‘Frase clichê’, pensou, ‘mas porque não eu?’. As lágrimas caiam com força. Ele saiu do quarto com a visão embaçada pelas lágrimas; não sabia o que podia fazer.

Ele foi para o lugar do hospital em que se era permitido fumar, e fez uma coisa que não fazia desde que tinha conhecido Ana: acendeu um cigarro. Começou a fumar, e ficou sozinho lá, encarando a parede. Imaginando se teria sido diferente se ele tivesse continuado em Londres. Ele lembrava, foi quem apoiou o curso de fotografia.

- Ah, cara... – Ana chegou se lamentando.

- Que foi, Any? – Bruno sorriu.

- Eu tenho que escolher o que eu vou fazer da vida, mas... É difícil demais!

- Eu sei bem como é... Porque não tenta fotografia? – Bruno apontou para a máquina digital, que agora estava nas mãos da garota. – Eu sei que você adora tirar fotos.

- Bruno, sabia que você é um GÊNIO? – Ana sorriu e abraçou o melhor amigo. SEU melhor amigo.

Se ele não tivesse sugerido o curso, Ana não estaria no hospital à essa hora. Os pensamentos profundos do garoto foram cortados quando a porta se abriu, fazendo o garoto estremecer.

- Ah, que susto, doutor. – Bruno se virou.

- Desculpe. Você é Bruno, certo?

- Certo.

- Bom, você tem bastante contato com Ana, certo? – Bruno balançou a cabeça positivamente. – Nesse caso, eu sinto muito. Para sobreviver, a Ana precisaria de um coração novo.

A lista de espera por um coração é grande, e não sei se ela conseguirá sobreviver até chegar sua vez de receber um novo coração.

Como poderia viver em um mundo sem Ana?! Saiu do lugar. Não podia esperar as coisas acontecerem, e ele ser egoísta e ficar em seu mundo, fumando até Ana ir pra outro lugar. Ele pegou um papel, uma caneta e escreveu um endereço, e um horário, uma hora depois daquilo. Entregou para o noivo de Ana, que agora estava na sala de espera.

- Já foi vê-la? – Perguntou Bruno. O noivo negou com a cabeça.

Ele saiu andando, saiu do hospital. Foi para seu escritório, pegou 3 papéis grandes e digitou 3 cartas. Uma para os pais. Uma para Ana. E uma sobre os desejos que tinha.Ele tomou um remédio depois disso. E dormiu, lenta e serenamente, dormiu. Não acordaria mais. Quando o noivo de Ana chegou, encontrou Bruno deitado no chão, sem pulso. Estava morto. Em cima da mesa, 3 cartas. Um recado para ele: "Eu não gosto de você. Nunca vou gostar. Mas mesmo assim, você tem que fazer algo que não poderei fazer. Leve meu corpo para o hospital, com essa carta em cima dele. A carta que está em cima das outras. Após isso, entregue a segunda carta para Ana quando ela acordar. E quando a noticia da minha morte chegar, entregue a terceira para os meus pais."Assim acabava a carta. Felipe não acreditava no que lia. Não acreditou, e nem precisava. Correu para o hospital em seu carro. Ele entregou a carta e o corpo do homem, que agora estava ainda mais branco. Aconteceu na hora; o coração dele foi tirado e levado para Ana. Quando ela acordou, não muito depois, viu os pais dela, seu noivo e os pais do namorado de 6 anos atrás. Eles sorriam e choravam; ela não entendeu. Foi quando viu a carta com a letra dele, escrito o nome dela. Ela pegou a carta e leu, então. "Meu amor, bom dia. É hora de acordar. Eu não pude te ligar hoje, você estava ocupada. Por isso deixei essa carta. Sabe, eu não vou estar ai por um bom tempo, as pessoas sabem quando a sua hora chega. E eu aceitei a minha com a mesma felicidade que eu tinha quando te vi na frente da sua escola. A minha hora chegou quando seu fim estava próximo.Eu te prometi que te protegeria de tudo e qualquer coisa que acontecesse, e mesmo sem chamar, eu estive lá. Desta vez não me chamou, quis resolver sozinha, eu não podia deixar. Eu resolvi dar um fim então. Eu estava ficando cansado, o trabalho pesava demais. Mas porque agora? Eu não sei. Mas não teria sentido eu viver em um mundo que você não existe. Então eu decidi ir antes e ajeitar as coisas. Pra daqui a alguns anos nós conversarmos aqui na minha nova casa. Agora eu tenho que ir, meu amor. Esse coração no teu peito, esse coração que bate no teu peito. É o mesmo coração que está inundado do amor que você disse não ser o suficiente. É o mesmo coração que lhe dava amor todo dia. Por favor, cuide bem dele. Agora eu preciso ir, preciso descansar um pouco. Eu vou estar sempre contigo. Eu te amo! PS: Não sei se vou conseguir te acordar amanhã. Você me perdoa por isso?"Então ela chorou. Chorou e abraçou os pais, os pais dele. Chorou como nunca, e tremia por tantas emoções passarem por seu corpo. Ana encarou o noivo. Terminou o noivado naquele dia. Não adiantava esconder algo que estava na cara: ela amava Bruno, e seria sempre o SEU Bruno. ELE era o homem de sua vida, não Felipe. O homem que sempre esteve lá, amando-a ao máximo. Em qualquer momento.Ela chorou muito, e seguiu a vida. Todos os dias ela lembrava de Bruno. Viver em um mundo sem ele não fazia sentido. Mas não desperdiçaria todo o amor e que estava dentro dela. Ela podia sentir seu coração batendo. Ela lembrava a cada momento, que mesmo separados eles estavam juntos. Mas apenas uma coisa fazia seu coração se apertar, se contorcer de dor. Que fazia uma lágrima se escorrer sempre que pensava nisso.Ela sentia falta daqueles beijos. Dos beijos que foram negados. Mas ela foi feliz. Morreu com seus oitenta e tantos anos. Mas era sempre feliz. Afinal, o coração do homem de sua vida batia dentro dela.